IMC – PONTOS DE CORTE PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES.
Índice de Massa Corporal
O Índice de Massa Corporal ou Índice de Quetelet é a relação entre a massa(kg) e estatura(m), sendo calculado pela fórmula:
O IMC vem sendo usado frequentemente em pesquisas epidemiológicas pela facilidade de aplicação do método. Entre diversas variáveis antropométricas, principalmente da massa e estatura corporal, têm sido a forma mais utilizada e aceita para a avaliação do estado nutricional de crianças e jovens(1), além de ser um bom índice de avaliação da adiposidade corporal e um indicador de doenças cardiovasculares(2).
As tabelas com os pontos de corte sugeridos na literatura para baixo peso, eutróficos, sobrepeso e obesidade podem ser divididas em internacionais, mistas e nacionais. A escolha de qual padrão de referência utilizar é amplamente discutido e questionado na literatura(3,4,5).
O padrão internacional de referência é estabelecida pelo CDC (Center for Disease and Control and Prevention)(6). A amostra é unicamente formada por americanos de 2 a 20 anos, sendo adotados pontos de corte do percentil 5, 85 e 95 para o baixo peso, sobrepeso e obesidade respectivamente.
O padrão misto e nacional são derivados das curvas de percentil que passam pelos pontos de corte do IMC que representam 17,5kg/m2(7) e 16,0kg/m2, 17,0kg/m2 e 18,5kg/m2 para baixo peso(8), 25kg/m2 para sobrepeso e 30kg/m2 para obesidade, de indivíduos com 18(9) e 20 anos(7). A construção destes pontos ocorreu através do método estatístico LMS(7,8,9).
O padrão misto surge a partir de questionamentos sobre a arbitrariedade dos pontos de corte utilizados através de percentil e a utilização de dados de crianças e adolescentes americanos para determinar padrões internacionais(9). A Força Tarefa Internacional de Obesidade (International Obesity Task Force - IOTF) produziu uma tabela de pontos de corte internacionais de IMC para sobrepeso e obesidade(9), e mais recentemente para baixo peso(8). Foram obtidos dados representativos descrevendo o peso e a estatura em idades entre 2 e 18 anos, de ambos os gêneros, usando dados populacionais dos Estados Unidos, Cingapura, Holanda, Hong Kong, Reino Unido e Brasil.
O padrão nacional(7) surge da necessidade possuirmos uma tabela específica para brasileiros e verificar se outros padrões são condizentes com a nossa situação de crescimento e desenvolvimento. A pesquisa é de extrema relevância, visto que a amostra é representativa de brasileiros com dados de 13.279 homens e 12.823 mulheres com idades entre 2 a 19 anos, extraídos da Pesquisa Nacional de Nutrição e Saúde de 1989. A construção deste padrão abriu um grande precedente para discussões e averiguações na população brasileira.
1. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). A Growth Chart for International Use in Maternal and Child Health Care: Guidelines for Primary Health Care Personnel. Geneva, 1988.
2. TURCONI, G.; GUARCELLO, M.; MACCARINI, L.; BAZZANO, R.; ZACCARDO, A.; ROGGI, C. BMI values and other anthropometric and functional measurements as predictors of obesity in a selected group of adolescents. Eur J Nutr. 2006; 45: 136–143.
3. TOMKINS, A. Que padrões usar para medir obesidade em crianças?. J Pediatr. 2006; 82(4): 246-248.
4. WANG, Y.; WANG, J. Q. A comparison of international references for the assessment of child and adolescent overweight and obesity in different populations. European Journal of Clinical Nutrition. 2002; 56: 973–982.
5. KAIN, J.; UAUY, R.; VIO, F.; ALBALA, D. C. Trends in overweight and obesity prevalence in Chilean children: comparison of three definitions. European Journal of Clinical Nutrition. 2002; 56: 200–204.
6. KUCZMARSKI, R. J.; OGDEN, C. L.; GUO, S. S. et al. 2000 CDC growth charts for the United States: Methods and development. National Center for Health Statistics. Vital Health Stat. 2002; 11(246).
7. CONDE, W. L.; MONTEIRO, C. A. Valores críticos do índice de massa corporal para classificação do estado nutricional de crianças e adolescentes brasileiros. J Pediatr. 2006; 82(4): 266-272.
8. COLE, T. J. et al. Body mass index cut offs to define thinness in children and adolescents: international survey. British Medical Journal. 2007; 335: 194-202.
9. COLE T. J.; BELLIZZI, M. C.; FLEGAL, K. M.; DIETZ, W. H. Establishing a standard definition for child overweight and obesity worldwide: international survey. British Medical Journal. 2000; 320: 1240-1243.
Este texto é uma pequena parte do capítulo que tive o prazer de escrever no livro do amigo Alexandre Machado: Manual de Avaliação Física – Alexandre F. Machado. Ed. Ícone - 2010.
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